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Um grande concerto pela paz na cidade do Porto

Promovido pelo CPPC realizou-se neste Domingo, dia 18, no histórico e lindíssimo Teatro Rivoli da cidade do Porto, mais uma sessão cultural pela Paz. Numa sala totalmente lotada pelas centenas de pessoas que afluíram ao belíssimo concerto de artistas e músicos portuenses, não podemos deixar de enaltecer o espírito presente em todos os que participaram neste evento, de alegria, confiança e apego aos valores da paz e da solidariedade com todos os povos do mundo.


Foi com este espírito que decorreu o concerto apresentado pela actriz Rebeca Cunha que também leu o belo poema Ode à Paz, de Natália Correia.
Actuaram em primeiro lugar os jovens bailarinos da Associação Cultural para a Educação pela Arte, Os Gambozinos, que acompanhados pelas vozes do Coro d’ Inverno, agrupamento de participação livre constituído por pais, familiares, amigos e vizinhos dos Gambozinos, apresentaram vários temas, com música de Susana Ralha e de Tiago Candal, sobre textos de Miguel Torga, Matilde Rosa Araújo, Cecília Meireles, entre outros autores, em que a dimensão da paz esteve sempre presente nos diferentes estilos e géneros de dança. A imaginação criadora, expressa na fusão entre dança e música, no estímulo à expressão pessoal e à vivência em colectivo, proporcionaram momentos de rara beleza.
Seguiu-se a actuação da Orquestra de cordas juvenil do Conservatório de Música do Porto, Escola de Referência Nacional do Ensino Artístico Especializado da Música e que este ano celebra o seu centenário. Sob a direção de João Pedro Fernandes, e com os professores de naipe Hazel Veitch, Nicola Vasiljev e José Fidalgo, foram interpretadas composições de diversos autores que tiveram um enorme aplauso do público.
Momento também muito aplaudido foi a exibição dos alunos do Ginasiano Escola de Dança e da Kale Companhia de Dança, um extraordinário projecto de parceria entre estas duas instituições, dirigido para os jovens bailarinos em formação, com criação e adaptação de reportório próprio a esta faixa etária. Revelando as etapas de construção de um trabalho coreográfico, nas suas diferentes fases do processo criativo e do desenvolvimento técnico-artístico dos jovens alunos, evidencia-se neste fino e primoroso espetáculo a dimensão performativa e a vivência profissional da dança, convidando a um passeio por espaços e tempos de criação onde o corpo é o fio condutor da aprendizagem.
O Coral de Letras da Universidade do Porto, instituição cultural de grande relevo no panorama nacional, é caso invulgar de uma actividade que se tem mantido ininterruptamente ao longo de mais de meio século, sempre dirigido pelo seu fundador, maestro José Luís Borges Coelho. Premiado em vários festivais internacionais, o seu reportório percorre várias épocas da música, quer a capella, quer coral sinfónica, mantendo uma especial relação de proximidade com a música de Fernando Lopes-Graça. A apresentação nesta sessão das Heróicas, daquele compositor, deleitou todos quantos na sala tiveram o privilégio de assistir a tão primorosa interpretação.
A terminar o concerto actuou o consagrado músico, cantor, compositor e letrista Miguel Araújo. Autor de músicas e de letras que se tornaram grandes sucessos não só em Portugal, mas internacionalmente, cantou para um auditório repleto e entusiasta canções que todos conhecemos como, por exemplo, Anda comigo ver os Aviões, e outras canções editadas em disco, como os intitulados Crónicas da Cidade Grande e Giesta, tendo este último sido considerado o segundo melhor disco do ano pela revista espanhola “No sólo Fado”. No final da actuação o público aplaudiu entusiasticamente o cantor, expressando dessa forma o justo reconhecimento pela sua generosidade e comprometimento com a causa da paz.
Ilda Figueiredo, Presidente da Direcção do CPPC, enalteceu os belos trabalhos de pintura sobre o tema da Paz que os alunos de escolas do Porto expuseram no átrio do Rivoli e agradeceu a todos os artistas, músicos, alunos, professores, e a todos aqueles que de alguma forma apoiaram esta magnifica sessão cultural, associando-se ao apelo pela Paz e contra o reforço do militarismo e a guerra. Salientou o contexto particularmente complexo que se vive no plano internacional, onde se mantêm graves conflitos, guerras e agressões em muitas zonas do mundo, sem esquecer o drama dos refugiados que continua, e sem esquecer também as vítimas das políticas injustas e agressivas, que agravaram desigualdades sociais. No entanto, afirmou a Presidente do CPPC, há também raios de esperança, resultado das lutas dos povos como, por exemplo, a assinatura, no passado dia 7 de Julho de 2017, do Tratado de Proibição das Armas Nucleares pela Conferência da Nações Unidas para negociar um instrumento legalmente vinculativo que proíba as armas nucleares, levando à sua eliminação total – objectivo partilhado pelos 122 Estados promotores, dando expressão à aspiração dos povos a um mundo livre de armas nucleares. Terminou com um apelo a que todos prossigam a campanha pela petição dirigida às autoridades portuguesas para que assinem e ratifiquem este Tratado, pela Paz, pela segurança, pelo futuro da humanidade. Paz sim! Guerra não!