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 pelos direitos e a soberania garantir a paz no afeganistao 1 20210823 1499172618

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a sua solidariedade ao povo afegão, que enfrenta as dramáticas consequências de décadas de ingerência, desestabilização e guerra promovidas pelos Estados Unidos da América, a NATO e os seus aliados.
A retirada das tropas norte-americanas e das dos seus aliados, que ocupam militarmente o Afeganistão há duas décadas, e a tomada do poder pelos talibãs, constituem uma inequívoca derrota de todos quantos apostaram na guerra e na ocupação para impor os seus interesses.
O CPPC opôs-se desde o primeiro momento à guerra dos EUA e da NATO contra o Afeganistão, assim como à associação de Portugal e à participação das Forças Armadas portuguesas nesta agressão contra outro povo.
Logo em Outubro de 2001, o CPPC alertava que «a guerra contra o Afeganistão não é solução para os problemas do terrorismo. Antes está a causar novas tragédias ao povo afegão».
Hoje, quase 20 anos passados, confirma-se o que então o CPPC alertou. Centenas de milhares de pessoas foram mortas ou feridas, foi infligida a tortura, a produção de ópio aumentou, a ilegitimidade e a corrupção caracterizou o regime imposto pelos ocupantes, a pobreza da esmagadora maioria da população e a destruição marcam a realidade neste país, milhões de pessoas foram obrigadas a deslocarem-se para outras localidades ou a refugiarem-se noutros países, milhares de milhões foram gastos com a guerra.
O CPPC recorda ainda que cabe precisamente aos Estados Unidos da América, à NATO e aos seus aliados a responsabilidade principal pela promoção do obscurantismo e do terrorismo naquele país da Ásia Central, pela sua ação desestabilizadora e agressiva contra a República Democrática do Afeganistão, proclamada em abril de 1978 na sequência da Revolução Saur.
A República Democrática do Afeganistão significou importantes conquistas e progressos sociais, nomeadamente a instituição de direitos para as mulheres afegãs.
No entanto, o apoio, financiamento e armamento dos EUA e seus aliados aos então chamados mujahidin e, posteriormente, aos talibã, mergulhou o Afeganistão na guerra, no retrocesso social, no obscurantismo, atingindo particularmente as mulheres e os seus direitos.
Importa referir que os EUA e seus aliados aplicaram as mesmas práticas de ingerência e subversão noutros países, incluindo com a instrumentalização de grupos de cariz fascista e terrorista, como na Síria – com a Al-Qaeda ou o ISIS – ou na Ucrânia – com o Setor de Direita ou o Batalhão Azov – para impor mudanças de regime e alcançarem os seus objetivos.
Apelando à necessidade de retirar lições dos acontecimentos no Afeganistão, o CPPC reafirma que cabe ao povo afegão, como a todos os outros povos do mundo, decidir do seu destino sem ingerências externas, pelo que é urgente respeitar e concretizar nas relações internacionais os princípios da Carta das Nações Unidas, respeitando a paz, os direitos dos povos, a soberania dos Estados, e acabando com todas as guerras, as ingerências, as agressões contra outros países e povos.